domingo, 25 de junho de 2023

Sobre lágrimas diárias

Desde 14/05/2023 tenho tido uma rotina de ir dormir e acordar chorando. A dor da rejeição, do abandono cria aquele novelo infinito de nós na garganta, de angústia permanente. As cenas de tantos bons momentos ficam rondando minha mente, não encontrando lógica nenhuma em porquê que acabou assim, meio que do nada, minha mente faz um esforço de tentar entender, quando na verdade tudo que precisaria era aceitar. Mas não consigo. Foram uns três anos de terapia tentando tirar a armadura e deixar minha vulnerabilidade acessível. Mas agora ela tá no meio do deserto passando calor durante o dia e frio durante a noite, desprotegida, exposta. Não consigo encontrar os cacos no meio do deserto, na verdade acho que estão tão pulverizados que se confundem com a areia. Eu queria me livrar desse aprisionamento, mas não sei como. Levei todas as expectativas para uma câmara de gás, depois incinerei, no intuito de exterminá-las, mas elas brotam como inço. É a emoção no controle, desgovernada como uma usina nuclear no meio de um terremoto. Colapso. É irreversível. Muito mais que o abismo dos 500 km, é o buraco negro do outro lado, quem nem os maiores astrofísicos da história conseguiriam desvendar. Não vai ser eu na minha insignificância que vou conseguir. Mais um fim de semana destruindo meu fígado e agudizando o efeito depressor para gastar mais energia empurrando a rotina guela abaixo.

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