quarta-feira, 19 de julho de 2023
Café Tainhas
Aquele trajeto de Canela a São Chico. Nunca chorei tanto na vida. Instantes antes tinha decidido bloquear de volta, contato zero. Psiquiatra comentou que é o padrão. A estrada não era gatilho, era matéria prima, fábrica, logística do gatilho. Todas as outras vezes aquele trajeto era repleto de borboletas no estômago. Várias vezes passou na minha mente de parar em São Chico. Pensei, só para dizer eu te amo. Ou então pedir para me dizer que foi só um pesadelo, que me ama, que eu sou o homem da sua vida, que quer ter filhos comigo. Aí vem a realidade, que possivelmente me traía em sua vida paralela da cidade pequena. Que nunca me assumiu, que sempre foram migalhas. Que essas minhas lágrimas todas já estão inflacionadas, são só os juros. Não merece mais uma lágrima, não merece mais uma angústia. Vou catar minha armadura em algum lugar e voltar a ser eu, pleno, livre, cheio de amor para dar (aqui ouvindo barulho do mar).
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