sábado, 15 de julho de 2023

Festa, bebida e lágrimas

Copo de vodka com energético, segundo da noite, tá aqui ao lado dessa escrita que é terapêutica. Vir para a capital, intuito de fazer festas, fingir que está tudo bem, beber, beijar bocas desconhecidas, que o efeito do álcool faz esse beijo transcender como se fosse uma conexão real, mas na verdade não é, é só uma anestesia passageira. Segunda noite é pior, porque já está sob o efeito depressor do álcool da primeira noite. Um amigo que Pelotas e a nova vida trouxe, me levou para um lugar que eu jamais iria. Tal de Vitraux. Discurso sobre comunidade gay, sobre ser raiz, primeira festa gay de Porto Alegre, sobre ser de baixo de um viaduto e tudo o que isso representa. Mas ao mesmo tempo não me identifico, é aquele estereótipo da travesti que se prostitui na esquina, do gay que é cabeleireiro, parece que tudo concentrado no mesmo ambiente. Mas não sei se é só isso que me trás insatisfação ou se sobre os gatilhos e os dois choros da tarde relembrando, remoendo, emaranhado em lembranças que mais parecem expectativas que ganharam na loteria e se materializadas em realidades que a memória viveu e revive a todo instante. Doi, sangra, fica latente, pulsante.Daí precisava escrever para aliviar, olhar para o copo cheio e ter energia para voltar, volta a fingir que está tudo bem. Quando na verdade não está.

Nenhum comentário:

Postar um comentário