sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Na Casinha do Salva Vidas

eu me dei bem... 412 km, 9 horas na estrada, coronas com limão, uma jantinha, e aquele orgasmo beira mar na casinha do salva vidas, esses segundos valeram cada km rodado... Quero mais!

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Café Tainhas

Aquele trajeto de Canela a São Chico. Nunca chorei tanto na vida. Instantes antes tinha decidido bloquear de volta, contato zero. Psiquiatra comentou que é o padrão. A estrada não era gatilho, era matéria prima, fábrica, logística do gatilho. Todas as outras vezes aquele trajeto era repleto de borboletas no estômago. Várias vezes passou na minha mente de parar em São Chico. Pensei, só para dizer eu te amo. Ou então pedir para me dizer que foi só um pesadelo, que me ama, que eu sou o homem da sua vida, que quer ter filhos comigo. Aí vem a realidade, que possivelmente me traía em sua vida paralela da cidade pequena. Que nunca me assumiu, que sempre foram migalhas. Que essas minhas lágrimas todas já estão inflacionadas, são só os juros. Não merece mais uma lágrima, não merece mais uma angústia. Vou catar minha armadura em algum lugar e voltar a ser eu, pleno, livre, cheio de amor para dar (aqui ouvindo barulho do mar).

sábado, 15 de julho de 2023

Festa, bebida e lágrimas

Copo de vodka com energético, segundo da noite, tá aqui ao lado dessa escrita que é terapêutica. Vir para a capital, intuito de fazer festas, fingir que está tudo bem, beber, beijar bocas desconhecidas, que o efeito do álcool faz esse beijo transcender como se fosse uma conexão real, mas na verdade não é, é só uma anestesia passageira. Segunda noite é pior, porque já está sob o efeito depressor do álcool da primeira noite. Um amigo que Pelotas e a nova vida trouxe, me levou para um lugar que eu jamais iria. Tal de Vitraux. Discurso sobre comunidade gay, sobre ser raiz, primeira festa gay de Porto Alegre, sobre ser de baixo de um viaduto e tudo o que isso representa. Mas ao mesmo tempo não me identifico, é aquele estereótipo da travesti que se prostitui na esquina, do gay que é cabeleireiro, parece que tudo concentrado no mesmo ambiente. Mas não sei se é só isso que me trás insatisfação ou se sobre os gatilhos e os dois choros da tarde relembrando, remoendo, emaranhado em lembranças que mais parecem expectativas que ganharam na loteria e se materializadas em realidades que a memória viveu e revive a todo instante. Doi, sangra, fica latente, pulsante.Daí precisava escrever para aliviar, olhar para o copo cheio e ter energia para voltar, volta a fingir que está tudo bem. Quando na verdade não está.

segunda-feira, 10 de julho de 2023

As lágrimas na rede

Deixei minha mãe lá no mesmo hospital do texto dos nós de mais de uma década atrás. Um nódulo que não se sabe o que é. Enquanto isso fui no coliving que morei por alguns meses. Onde aquele romance teve suas melhores cenas. Fui lá naquele espaço de convivência, deitei na rede, de repente vieram as memórias que parecia que tava revivendo, deitar os dois na rede, trocar beijos e abraços, conviver com a galera com uma amostra de vida que a gente que veio do armário é tão pouco exposto... As lágrimas foram inevitáveis. De repente chega uma nova moradora junto de um amigo. Fiquei com vergonha da minha vulnerabilidade ali exposta, sangrando. Mas a angústia era tão grande e o choro era a única fonte de alívio, que segui chorando igual. De repente ela some, e quando volta, me entrega um livro, um livro que dizia tudo aquilo que eu precisava ouvir, sobre mergulhar em si mesmo até curar. Poderia ter abraçado, poderia ter ouvido as lamúrias, mas aquele gesto do livro foi tão nobre, foi tão tudo o que eu tava precisando naquele momento...

domingo, 25 de junho de 2023

Sobre lágrimas diárias

Desde 14/05/2023 tenho tido uma rotina de ir dormir e acordar chorando. A dor da rejeição, do abandono cria aquele novelo infinito de nós na garganta, de angústia permanente. As cenas de tantos bons momentos ficam rondando minha mente, não encontrando lógica nenhuma em porquê que acabou assim, meio que do nada, minha mente faz um esforço de tentar entender, quando na verdade tudo que precisaria era aceitar. Mas não consigo. Foram uns três anos de terapia tentando tirar a armadura e deixar minha vulnerabilidade acessível. Mas agora ela tá no meio do deserto passando calor durante o dia e frio durante a noite, desprotegida, exposta. Não consigo encontrar os cacos no meio do deserto, na verdade acho que estão tão pulverizados que se confundem com a areia. Eu queria me livrar desse aprisionamento, mas não sei como. Levei todas as expectativas para uma câmara de gás, depois incinerei, no intuito de exterminá-las, mas elas brotam como inço. É a emoção no controle, desgovernada como uma usina nuclear no meio de um terremoto. Colapso. É irreversível. Muito mais que o abismo dos 500 km, é o buraco negro do outro lado, quem nem os maiores astrofísicos da história conseguiriam desvendar. Não vai ser eu na minha insignificância que vou conseguir. Mais um fim de semana destruindo meu fígado e agudizando o efeito depressor para gastar mais energia empurrando a rotina guela abaixo.

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Fossa de 2023

Oi sumido, Faz tempo que não venho aqui. Geralmente é alguma emergência, tipo aquela constante sensação de angústia no peito. Tô ouvindo Pinhal do Cidadão Quem, enquanto as lágrimas correm livremente. Teus sinais do Djavan são o que definem. Aquele pôr do Sol na beira do mar, aqueles beijos apaixonados, aquele banho de mar. A volta recheada de carinho. Foi tão difícil conciliar sexo e afeto, razão e emoção, eram todos favoráveis. Como pode numa semana soltar um eu te amo tão espontâneo e sincero, e na outra ter dúvida e afirmar que precisa ir no psicólogo antes de terminar. Será que era só a distância? De onde brotou aquela indiferença? Eu tinha tanta certeza, tanta clareza, tanta segurança, de onde veio toda a confusão do outro lado? Me sinto tão impotente, tão frustrado, tão triste. É tão difícil recomeçar aos 34. Por que eu não tô feliz mesmo concursado e ganhando mais de 10 mil? Será que é porque tô longe dos amigos e da família? Será que é porque acabei de levar um pé na bunda? Eu tinha dito desde o começo que procurava um amor, mostrei o toda poesia no YouTube, dei ênfase na parte "menos a indiferença", bloqueei de tudo, só não consigo bloquear do meu coração.